terça-feira, 20 de julho de 2010

Dia do amigo!


Fernando Pessoa - Dedicatória aos Amigos...

Um dia a maioria de nós irá separar-se.
Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido.
Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre.
Hoje não tenho mais tanta certeza disso.
Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida.
Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe... nas cartas que trocaremos.
Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Até que os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro.
Vamo-nos perder no tempo.... Um dia os nossos filhos vão ver as nossas fotografias e perguntarão: "Quem são aquelas pessoas?" Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto! "
Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!" A saudade vai apertar bem dentro do peito.
Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...... Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo.
E, entre lágrimas abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes desde aquele dia em diante.
Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado.
E perder-nos-emos no tempo..... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida te passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

Ler mais: Luso Poemas
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segunda-feira, 5 de julho de 2010

sobre o tempo...


sobre o tempo...
Upload feito originalmente por musiciennedusilence

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Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos que já se acabaram. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
– Fernando Pessoa

Por isso gosto de Fernando Pessoa... por isso gosto de literatura!
Achei esse trecho no espaço cibernético e ele se encaixa direitinho nesse fim de curso...

domingo, 4 de julho de 2010

Lágrimas de Jujuba, digo São Pedro



Upload feito originalmente por musiciennedusilence

"[...] O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas. [...]"
Carlos Drummond de Andrade
Mãos dadas

Esses últimos dias não estão sendo nada fáceis, tudo começou com o tempo, depois a questão do tempo abordada na minha monografia, passado, presente e futuro, aí minha cabeça ficou no passado passado passado, presente, futuro futuro futuro...

Até que recebi um e-mail convidando para assistir uma palestra sobre a obra da Nicole Lima, que está em exposição no Solar do Barão. Fiquei com vontadinha, mas não sabia se iria, até que encontrei o Alessandro na reitoria com a sua namorada e ele perguntou se eu iria. Fui!
Cheguei atrasada, mas o que peguei da fala foi ótimo em todos os sentidos! Para compreender melhor a obra, para me compreender melhor, enfim, para compreender melhor várias coisas!

Saí de lá sem vontade de ir embora e lembrei da exposição no Teatro da Caixa, Lágrima de São Pedro do Vinícius S.A. e fui também! Bem legal... várias lâmpadas penduradas em várias alturas com água dentro... fiquei um bom tempo lá dentro ouvindo a música e pensando na vida.

Depois encontrei uma amiga e passamos horas conversando sobre n coisas... foi bem bom, às vezes faz bem colocar tudo para fora! Preciso praticar mais vezes...

Enfim... boa semana!

terça-feira, 29 de junho de 2010

vazio


E vinha depois também, insinuada aos poucos no meio da manhã, uma vontade de que alguém telefonasse, tocasse a campainha, chamasse lá embaixo, a princípio vaga, mas cada vez mais nítida, até chegar quase a ferir, feito uma dor, agulha, brasa. Nada acontecia. Aquela como uma vontade de ser feliz, de haver alguma ordem ou estar noutro lugar onde fosse possível sentar ao sol comendo maçãs, deixava também de ser como um estar-à-beira-de-qualquer-coisa-boa. Campainha e telefone mudos, a manhã a transformar-se em tarde, emergia venenosa a sufocação, vontade de fugir, de não ser quem era nem ter vivido nenhuma das coisas que vivera. Todo um passado, essa coisa que chamam de passado, desembocava ali naquele momento, em pleno centro das manhãs esbranquiçadas de silêncio.
– Caio 3D: O essencial da década de 1990 - Caio Fernando Abreu

Rancor


Vincent Van Gogh
Upload feito originalmente por musiciennedusilence

sentei hoje em frente ao pc para fazer o artigo que o Venturelli pediu sobre um conto do Marçal Aquino, percebi que não tinha o texto e fui pesquisar na internet... seria perfeito se algumas coisas fossem ao contrário...
Enfim, segue ele logo abaixo:

RANCOR - Marçal Aquino

(Polaroid n° 49)

Estavam naquela fase em que um faz tudo para conquistar o ódio do outro, na esperança de que algo intenso volte a pulsar entre os dois.
Tinham se amado muito, eu sabia. A maior paixão que vi.
Ela me contou que às vezes se imaginava bem velha, feliz, ou pelo menos esclerosadamente satisfeita da vida, mas não o via ao seu lado. E que era incapaz de prever como ele ficaria na velhice, porque tinha certeza de que não estaria por perto para ver. Uma ironia. Segundo ela, a maior declaração de amor dele: "Quero envelhecer junto de você".
Fotógrafa. No início, ele achava divertido esse lado dela: artista. Com o talento chancelado por meia dúzia de prêmios e exposições. Depois passou a considerar suspeitas as fotos que, aos conjuntos, estavam espalhadas pelos cômodos da casa—até no banheiro. Sempre paisagens. Nenhuma pessoa. Jamais um rosto ou corpo provocara um disparo da velha Canon que ela costumava usar. Ele me disse: "Sabe aquele tipo de cena fajuta, que você fica com a impressão de que a natureza posou para o fotógrafo e ainda recebeu por isso?"
Ele fizera um filme aos 22 anos. Amado pela crítica, ignorado pelo público. A partir daí, mergulhou na publicidade e colecionou prêmios. Falou-se muito sobre um roteiro, que ele nunca deu por concluído. Virou lenda no meio. "Só vinte e poucas páginas de anotações", ela me disse, explicando por que deixara de respeitá-lo. Não levava a sério pessoas que abandonam o sonho para ganhar dinheiro. Ou, como disse seu analista, ela não conseguia amar homens que deixara de admirar.
Aí teve o caso dele com a modelo. Exageraram: apareceram até numa coluna social. (Eu estava fora do Brasil nessa época.) "Uma prostitutazinha anoréxica", de acordo com ela. Retaliou: saiu com um amigo do casal, depois de uma festa. Não deu sorte: o cara não funcionou, culpou o uísque. Ela: "Eu procurando alguém que me desejasse e encontro um homem que me respeitava demais".
"Só em filmes medíocres e nas novelas da televisão as pessoas que se amam terminam juntas. Na vida real é o contrário: quem fica junto são as pessoas que não se amam", ele me disse. "Amar é passar a temer o futuro", ela me disse.
Mas se amaram.
Peço a ela uma lista com dez coisas boas dele.
Ela enumera:
1—seu cheiro
2—sua gentileza
3—seu senso de justiça
4—sua generosidade
5—seu bom-gosto musical
6—seu lado místico
7—sua inteligência
8—sua originalidade ao presentear
9—sua paixão por filmes antigos
10—seu pau
"Quer mais?", ela pergunta.
Amava os desertos. Uma vez fotografou um, na Líbia. Nenhum beduíno ou camelo. Parecia a mesma foto repetindo diversas vezes a areia em ondas douradas. Ele: "Os desertos dela são interiores. Lá, as tempestades de areia costumam durar meses".
Perguntei a ele sobre as coisas que a lembravam.
Antes de responder, ele olhou para o vaso sobre a mesa de centro entre nós: flores sinistras. "Dez? Basta olhar para ela e você vai encontrar bem mais de dez coisas."
Ela está apoiada na janela, olhando a noite. Sem roupa. Observo seu corpo: mesmo na penumbra, bem mais de dez coisas para um sujeito lembrar-se por um bom tempo.
Ao virar-se para me sorrir, seu perfil se enquadra contra o céu escuro. Sardas no rosto. Constelações.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

quase no fim!


Eu sei, deveria estar em pânico (e estou) só tenho mais 2 dias de aula! Confesso que hoje no ônibus estava ouvindo uma música da Julieta Venegas que falava sobre partir e meus olhos encheram de água... não é fácil terminar um relacionamento de 7 anos! hahahahaha... passei esse tempo todo falando que estava no curso errado, que não me vejo trabalhando com isso e bla bla bla... mas agora, agora tá batendo uma saudadinha... vontade de ficar mais, mesmo não aguentando!
Enfim... ainda não entreguei a tal da monografia, tenho um saco de coisas para arrumar e quem sabe se eu virar um zumbi de madrugada consigo fechar com chave de ouro! Tirando isso... ótimas perspectivas para o segundo semestre e para 2011! Mas a única notícia que eu estava e ainda estou esperando não veio...
Bom... o post na verdade era pra contar sobre Campinas, hahaha... não consigo me concentrar ultimamente...
Tá, Campinas... sábado, 19 de junho, fui para lá fazer uma Oficina de Redação na Unicamp, foi ótima! E sinceramente não sei se a oficina foi melhor ou a viagem! Foi muito bom poder sair daqui um pouco, dar uma espairecida... a cidade não é aquelas coisas, achei feia na verdade, mas é sempre bom conhecer outros lugares... falando em lugares, quando estava indo pegar o ônibus para ir até o aeroporto, passei pela catedral de lá, entrei para dar uma fuçada e tirar fotos, claro! Quando me virei para tirar foto de um vitral um senhor puxou conversa, perguntando se eu sabia o que ia ter ali, porque tinha gente montando o som. Respondi que não era dali, que estava só conhecendo o lugar, de repente olho melhor para ele: gente, ele era igual, eu disse IGUAL ao meu avô! Foi muito estranho isso tudo! Aí chego aqui, comento com a minha mãe e ela me diz que nesse dia fez 4 anos que meu avô faleceu! Eu hein! Conversei um pouco mais com o senhor com a intenção de matar saudade do meu avô e fui embora, torcendo para que eu não estivesse falando sozinha ao olhar das pessoas que estavam ali, hehehe...
Ai ai... era isso... um post meio jogado sem pé nem cabeça... usei isso como pretexto para não mexer agora na monografia, hahaha... ok, não tem jeito... vou lá... ler Fiorin, Perini etc etc etc...